por “the Truth”
Quem são as Madas? Mada é um acrônimo para o grupo das mulheres que amam demais.
Uma das principais características das madas é a intolerância a frustrações e a necessidade de controle. Antes não existia essa necessidade de controle, visto que as mulheres não lutavam contra o tempo e a competição feminina não era um valor social! Se não havia tanta liberdade, havia o aprendizado do amor fora de um esfera de competição e vaidade.
A principal queixa da mulher antiga, era que ela não gozava, que ela não tinha prazer no ato sexual e que por isso, o casamento era um prisão. Hoje, as mulheres são livres e continuam sofrendo. Uma das razões disso, é que elas traduziram o amor e a liberdade como demonstração de poder.
A mulher antigamente poderia culpar os homens por todo o fracasso existencial dela. Poderiam dizer que não escolheram os parceiros que queriam ou amavam. Poderiam dizer que se trabalhassem e tivessem o próprio dinheiro seriam mais felizes. Mas uma coisa elas não sabiam. Elas eram muito mais aceitas.
Elas eram flácidas, tinham os peitos caídos, a pele castigada pelo sol, mas os homens ainda as amavam. Com toda miséria do corpo, elas eram amadas.
A menina de hoje tem sutiã, absorvente, sabonete íntimo, cremes pra espinha, tinturas de cabelo, academias de ginásticas e faz tratamento ortodôntico. Se ela tem peito pequeno bota silicone. Enfim. Existem milhões de recursos para a mulher da nossa geração. Geração dos anos 80, 90. Essas terão tudo o que as mulheres antes delas não tiveram. Mas espantosamente serão infelizes.
Por quê?
O padrão de vida das mulheres aumentou muito e também com ele as exigências femininas. As mulheres de hoje são exigentes demais! Elas não querem somente o amor, querem também o prazer e depois do prazer, o reconhecimento social e depois disso, querem viagens e compras. Elas querem coisas demais e muitas nem se perguntam se merecem tais coisas.
As madas estão no grupo das mulheres exigentes. Elas são as mulheres da nossa geração, acostumadas com facilidades, com vaidades e são extremamente intolerantes a frustração.
Elas querem beijar sempre, querem ser amadas o tempo todo, querem um namorado ou um marido melhor do que o das amigas e mesmo assim, são infelizes. E são infelizes porque elas não conseguem esconder que vivem em função dos homens, porque precisam dos homens para uma demonstração de poder.
A mada ama demais no momento em que precisa desse amor pra se afirmar na sociedade. A mada é a mulher que precisa do marido ou do namorado para demonstrar valor e sucesso na vida. Os valores feministas criaram uma cultura paradoxal. As mulheres buscam poder, mas o símbolo do poder, para a mulher heterossexual é o homem. Ter poder para a mulher de hoje significa dominar os homens.
Então a MADA sofre por um homem, porque no fundo ela agoniza a frustração de não ter poder. Poder é sempre relativo para mulher. A mulher rica, mas encalhada e sozinha é vista pela mulher de hoje como fracassada. É por isso que amar demais não tem relação com amor, ou com o homem, mas com prestígio, valor e vaidade.
O feminismo criou indiretamente, essa aberração que é a MADA. Mas o pior de tudo é que as MADAs sofrem da crise da responsabilidade. As mulheres que mais reclamam dos homens são as mulheres de hoje. Elas são incapazes de assumir os riscos de cada escolha que fazem. As madas culpam todos pelo fracasso amoroso delas, menos elas mesmas. Elas simplesmente exigem dos homens, as garantias da felicidade delas.
A MADA é um ser teatral. A mada não entende que ela não pode obrigar o mundo, ou o homem que ela
“ama
” a se adaptar aos caprichos dela. E por não entender isso, ela é incapaz de assumir a responsabilidade pelos erros que comete. A MADA é uma mulher que não aceita que erra e que por isso, não muda.
A maioria das MADAs de hoje são mulheres que amaram homens porque eles socialmente davam a elas reconhecimento e projeção e elas queriam esses benefícios sociais sem levar em conta o preço a ser pago por isso. Uma mulher tão exigente quanto a mulher de hoje não consegue escapar da armadilha de uma sociedade competitiva e com valores de mercado. Ela acha que pode jogar o jogo da sociedade atual e sair ilesa. Por isso, elas erram demais e não são capazes de entender o porquê de terem errado.
A mulher que namora um cara simplesmente porque esse relacionamento dá a ela prestígio social, ignora o preço dessa escolha. Ela só vai descobrir isso quando tudo dá errado. O feminismo está criando uma sociedade de MADAs, de mulheres totalmente iludidas acerca da realidade e que vão inevitavelmente errar.
Graças ao feminismo, as meninas de hoje possuem uma idéia ilusória de poder e controle e acham que podem controlar a realidade.
A MADA é um sintoma do fracasso desse controle. As mulheres de hoje fracassam nesse ideal de felicidade egoísta. O altruísmo da MADA é um disfarce para o egoísmo anterior visível e exagerado. No momento em que ela perde o controle e o poder, isso fica visível, o desespero vem a tona. Então ela quer provar que é vítima, por amar demais e coloca o homem no papel do vilão.
A mulher precisa entender que ela não tem e nunca terá o controle absoluto da realidade, e se curar dessa vaidade e dessa exigência excessiva, que a ilude e a faz errar repetidamente.
A MADA de hoje foi a mulher linda e atraente de anos atrás. A MADA era uma mulher tão atraente que achava que tinha o controle total da realidade. Ela achava que poderia casar com qualquer homem, que era intocável, que tinha opções infinitas de relacionamento. Ela vivia como se tivesse um poder ilimitado e como se pudesse gastá-lo humilhando homens limitados que se aproximam, sem se preocupar com nada.
Por isso a liberdade feminina é uma grande armadilha, principalmente para mulheres exigentes e que possuem, graças aos novos valores, uma visão bastante distorcida de si e da realidade. No fundo, elas vivem como se tivessem mais poder do que realmente possuem.
Algumas MADAs foram mulheres promíscuas. Esse é o ponto mais delicado. Graças ao feminismo, muitas mulheres entram na promiscuidade achando que isso não terá consequências negativas. Elas acham que o homem que a rejeitar é machista. Este é apenas mais um erro e um grande erro das mulheres de hoje. A mulher não mudará a sociedade, nem os valores do homem de uma hora pra outra. As MADAs apostam na aceitação incondicional do homem amado, graças à ilusão de pensarem que são mais atraentes do realmente são.
Muitas MADAs são mulheres arrependidas do passado promíscuo e se recusam a acreditar que esse passado foi uma escolha arriscada e precipitada. Então enlouquecem quando finalmente encontram o
“homem da vida delas
” e este não aceita o que elas fizeram. Aqui, a culpa será sempre do homem.
Vou repetir. Aqui, a culpa será sempre do homem! Sabe por quê? Porque uma mulher que foi exigente, vaidosa no passado, jamais reconhecerá que errou. Então a culpa será sempre do homem. Elas jamais reconhecerão a promiscuidade como um risco e então enlouquecerão e passarão a ter raiva dos homens ao invés delas mesmas. Elas passarão a chamar o amado de machista, a sociedade de machista e criticarão tudo, porque a realidade não se adaptará àquilo que ela queria.
A mada usou o egoísmo dela pra tirar proveito da realidade e quando se frustrou acusou a sociedade de machista por ter frustrado um ideal de controle e de poder que sempre foi falso.
A mulher que ama demais é uma mulher que não suporta a perda do poder, do controle, porque é extremamente exigente. Ela é tão exigente que prefere culpar o mundo inteiro do que a si mesma.
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Truth, the. Quem são as Madas? Publicado no extinto blog Questionando o Feminino em 22 mar. 2010.