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sexta-feira, 4 de abril de 2014

O que é Ginocentrismo?




O Ginocentrismo (do grego, gino: “mulher, fêmea”) é a prática, consciente ou não, de fazer valer o ponto de vista feminino (ou especificamente feminista); de colocar a segurança, o conforto e o bem-estar geral das mulheres no centro da preocupação social ou política, e estruturar a vida na missão a serviço de tais interesses. Resumidamente falando, o Ginocentrismo é o sacrifício masculino para o benefício das mulheres. Esta idéia tradicional foi a norma histórica do mundo, e sempre esteve conosco desde os primórdios. Assim, o Ginocentrismo já existia muito antes do surgimento do feminismo propriamente dito.  Aos homens sempre lhes coube o dever de poupar as mulheres de qualquer sacrifício, e de privá-las e protegê-las de qualquer dor.  Mediante suas ações, os homens afirmaram (e renovaram) o Ginocentrismo, e se fizeram pela nobreza, pelos governos ou pelo Estado e suas respectivas forças coercitivas, pelo próprio instinto protetor, pela honra do nome, pelo cavalheirismo, ou pelo feminismo, o que se vê é que a essência do Ginocentrismo tem permanecido inalterada. Continua sendo um dever peculiarmente dos homens sacrificarem sua própria essência, seu ser, sua identidade, seu bem-estar e sua própria vida em nome das mulheres.

Quando se fala em sacrifício, referimo-nos a qualquer tipo de sacrifício que os homens faziam (e fazem) pelas mulheres durante toda a História. Quando culturas e religiões obrigavam os homens a sustentar as mulheres, isso era sacrifício masculino. Isso era Ginocentrismo. Quando havia um naufrágio de um navio, os homens obedeciam ao lema náutico ginocêntrico “mulheres e crianças, primeiro”, e salvavam as mulheres, levando-as até os botes salva-vidas, enquanto os próprios homens enfrentavam uma morte certa e gelada. Quando os primeiros homens caçavam e enfrentavam grandes animais, verdadeiras feras, enquanto as mulheres ficavam na segurança do interior das cavernas, isso também era sacrifício masculino para o benefício das mulheres. Isso era Ginocentrismo. Quando os homens eram (e ainda são) forçados a ir para as guerras, enquanto as mulheres são poupadas da carnificina e da morte, isso é sacrifício masculino. Isso também é Ginocentrismo. Os homens nunca tiveram a opção de NÃO trabalhar, e os trabalhos em quase toda a história da humanidade sempre foram bastante perigosos e insalubres. E no passado, não havia estado de “bem estar social”. Os homens sempre trabalharam e executaram as tarefas mais pesadas, enquanto as mulheres realizavam as tarefas mais leves, muitas vezes protegidas na segurança do lar, isso quando trabalhavam, porque durante grande parte da história, muitas eram poupadas do sacrifício do trabalho. Até hoje, os 25 trabalhos mais insalubres do mundo são executados que unanimemente por homens. Isso é sacrifício masculino para o benefício das mulheres. Isso também é Ginocentrismo.

Se houvesse uma opressão às mulheres, os homens obrigariam as mulheres a caçar os animais, carregar pedras, executar as funções mais insalubres, ir para as guerras, enquanto os próprios homens ficariam em casa ou executando as funções mais leves. Mas alguém pode dizer: “mas os homens não poderiam fazer isso devido à constituição física mais frágil de boa parte das mulheres. As chances de sucesso seriam reduzidas”. Mas se houvesse opressão, isso não serviria como argumento. A população feminina quase sempre foi maior que a masculina, então bastava enviar mais mulheres para fazer o trabalho. Onde uma só mulher não conseguisse cumprir determinada função, os homens poderiam muito bem obrigar, recrutar e destinar mais mulheres para executar tal função.

Alguém já viu um senhor de escravos ter que realizar as funções mais pesadas e insalubres, e poupar os próprios escravos de executá-las? Claro que não. Então não é justo que feministas continuem a pichar todos os homens de opressores, se eles é que eram obrigados a cumprir os deveres mais desumanos possíveis; que se sacrificavam por elas.

O sacrifício dos homens para o benefício das mulheres é uma constante entre os sexos que sobreviveu a todas as mudanças de regime. Mesmo quando as manobras de revoltas sangrentas contra os monarcas tirânicos desbancavam as elites, os homens que aspiravam ao poder não mexiam no código Ginocêntrico. E as mulheres só sobreviveram porque sempre receberam dos homens: proteção, segurança, casa, comida e roupa.

O Ginocentrismo, ao que parece, não deixou os homens completamente sem benefício; em tempos de paz, um homem podia ficar razoavelmente assegurado de que teria uma estrutura familiar estável, e seguro de sua própria paternidade para as crianças que ele ajudou a criar. Eles achavam que isso que lhes era oferecido era essencialmente compensatório, mesmo com todas as obrigações que tinham para com as mulheres. Durante a maior parte da história, os homens, aparentemente, consideraram esta compensação uma coisa bastante razoável — mas, o mais provável mesmo é que o Ginocentrismo sempre esteve tão profundamente arraigado que eles simplesmente não refletiam nada a respeito. Servir às mulheres tornou-se a identidade social positiva dos homens. A domesticação tornou-se sua identidade.


Fontes e citações:

1. Ver Adam Kostakis, "A Mesma História Repetida". Tradução disponível em: <http://sexoprivilegiado.blogspot.com.br/2012/04/mesma-repetida-historia.html>.
2. Ver Fidelbogen, "Ginocentrismo e Ginonormativismo". Tradução disponível em: <http://sexoprivilegiado.blogspot.com.br/2013/09/ginocentrismo-e-ginonormativismo.html>.
3. Ver AVfM Reference Wiki. Disponível em: <http://reference.avoiceformen.com/wiki/Gynocentrism>. Acesso em: 04 abril 2014.
4. Ver Alison Tieman, "A Domesticação do Macho Humano". Tradução disponível em: <http://sexoprivilegiado.blogspot.com.br/2013/12/a-domesticacao-do-macho-humano.html>.
5. Ver Martin Van Creveld, "Sexo Privilegiado — O Fim do Mito da Fragilidade Feminina". Ediouro.